O advogado e especialista em Direito Eleitoral Márcio Coutinho destaca que a atuação do advogado eleitoral no combate à desinformação durante o período de campanha tornou-se uma das principais frentes de proteção da integridade do processo democrático. A disseminação de conteúdos falsos, manipulados ou enganosos nas redes sociais e demais canais digitais compromete a formação livre da vontade do eleitor e pode gerar desequilíbrio na disputa entre os candidatos. Diante disso, o papel da advocacia eleitoral passou a incluir medidas preventivas e corretivas para conter os efeitos jurídicos e políticos da desinformação.
A Justiça Eleitoral tem adotado postura firme para reprimir essas práticas, inclusive com decisões em caráter liminar para remoção de conteúdos, suspensão de contas e aplicação de multas. Contudo, o sucesso dessas ações depende, em grande parte, da atuação técnica e ágil dos advogados, que devem estar preparados para identificar infrações, reunir provas e ingressar com os pedidos judiciais cabíveis no tempo adequado.
Desinformação como fator de judicialização eleitoral
Márcio Coutinho comenta que a atuação do advogado eleitoral no combate à desinformação durante o período de campanha se intensificou à medida que os casos de fake news passaram a interferir diretamente na dinâmica das campanhas. Acusações falsas, manipulação de vídeos, distorções de falas e ataques pessoais têm sido usados como ferramentas para influenciar o eleitorado, dificultando o debate público honesto e equilibrado. Diante desse cenário, tornou-se imprescindível desenvolver estratégias jurídicas específicas para neutralizar esse tipo de conteúdo de forma eficaz.
Por outro lado, é necessário cautela para que as medidas de combate à desinformação não resultem em censura indevida. O advogado eleitoral tem a responsabilidade de equilibrar a proteção da imagem e da verdade dos fatos com o respeito à liberdade de expressão, analisando cada caso de forma técnica e contextualizada.

Instrumentos jurídicos de combate à desinformação
Márcio Coutinho ressalta que o arcabouço jurídico já oferece mecanismos importantes para combater conteúdos falsos durante a campanha eleitoral. Representações por propaganda irregular, direito de resposta, ações de investigação judicial eleitoral e medidas cautelares são alguns dos instrumentos que podem ser utilizados pelos advogados para resguardar seus clientes. Além disso, é fundamental manter canais ativos de monitoramento de redes sociais e comunicação direta com plataformas digitais para agilizar a resposta aos danos causados.
A atuação eficiente depende também da coleta ágil de provas, como capturas de tela, registros em cartório, identificação de IPs e demonstração do impacto do conteúdo. Essas providências ajudam a embasar juridicamente os pedidos e aumentam as chances de êxito na remoção do material ou na reparação de eventuais prejuízos à campanha.
Prevenção como estratégia de proteção
Márcio Coutinho frisa que a atuação do advogado eleitoral no combate à desinformação durante o período de campanha deve começar antes mesmo do início oficial da disputa. A orientação prévia às equipes, o desenvolvimento de respostas padrão para conteúdos sabidamente manipuláveis e a capacitação de assessorias jurídicas e de comunicação são medidas que ajudam a mitigar riscos.
Além disso, é recomendável estabelecer um fluxo rápido de comunicação entre o jurídico e os responsáveis pela campanha, garantindo que qualquer conteúdo prejudicial possa ser analisado e enfrentado imediatamente. A agilidade é determinante, uma vez que o impacto de uma desinformação costuma ocorrer nas primeiras horas após sua divulgação.
Desinformação e integridade do processo eleitoral
Márcio Coutinho aponta que o enfrentamento da desinformação vai além da proteção de interesses individuais. Trata-se de preservar a legitimidade do processo eleitoral como um todo. Quando informações falsas comprometem o voto consciente e livre, todo o sistema democrático é colocado em risco. Por isso, a atuação do advogado eleitoral nessa frente é essencial, não apenas do ponto de vista jurídico, mas também ético e institucional.
Portanto, conclui-se que há a necessidade de uma advocacia eleitoral ativa, preparada e tecnicamente capacitada para lidar com os desafios digitais do processo político contemporâneo. Proteger a verdade e assegurar campanhas baseadas em fatos é uma das formas mais legítimas de contribuir para a manutenção da confiança da população nas instituições democráticas.
Autor: Joseph Lemes
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Márcio Coutinho, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.