Segundo o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, o setor de combustíveis está em plena transformação no Brasil e no mundo. A necessidade de reduzir as emissões de carbono e adotar alternativas mais sustentáveis coloca governos, empresas e consumidores diante de escolhas estratégicas para os próximos anos. Em um país onde os combustíveis fósseis ainda ocupam boa parte da matriz energética, a busca por soluções mais limpas e eficientes se tornou prioridade, acompanhando as tendências globais e respeitando as particularidades nacionais.
Quer entender quais caminhos o Brasil pode trilhar na transição energética e como isso impacta o seu dia a dia? Siga a leitura e descubra as tendências e alternativas que já estão desenhando o futuro dos combustíveis no país!
Quais alternativas o Brasil tem para substituir os combustíveis fósseis?
Conforme Fernando Trabach Filho, uma das principais alternativas ao petróleo e seus derivados no Brasil é o etanol, combustível renovável produzido a partir da cana-de-açúcar e do milho. Já consolidado no mercado brasileiro desde a década de 1970, o etanol é um exemplo de biocombustível competitivo e ambientalmente mais favorável, emitindo menos gases de efeito estufa e sendo compatível com a atual frota flex. Com a introdução de veículos híbridos flex e discussões sobre motores dedicados a etanol, o potencial desse combustível tende a se expandir.
Outro caminho promissor é o biodiesel, utilizado na mistura ao diesel mineral e produzido a partir de óleos vegetais e gorduras animais. Nos últimos anos, o percentual de biodiesel na mistura obrigatória tem aumentado gradativamente, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e incentivando a cadeia produtiva rural e industrial. Além de contribuir para a redução de emissões, o biodiesel movimenta a economia agrícola e cria oportunidades de geração de renda em várias regiões do país.
Como a mobilidade elétrica pode transformar o setor de combustíveis?
A mobilidade elétrica surge como um dos pilares da transição energética global, e no Brasil, esse movimento começa a ganhar corpo. A chegada de veículos elétricos e híbridos ao mercado brasileiro tem sido tímida, mas crescente, com incentivos fiscais, redução de impostos e expansão da infraestrutura de recarga. Para um país com vocação renovável e vasto potencial em energia solar e eólica, a eletrificação da frota representa uma oportunidade estratégica para reduzir as emissões e modernizar o setor de transportes.

Entretanto, como aponta Fernando Trabach Filho, o desafio está em adaptar essa tendência à realidade brasileira. Enquanto na Europa e na Ásia as vendas de veículos elétricos já superam a casa dos milhões, no Brasil o preço elevado dos modelos e a limitação da rede de recarga ainda são barreiras. Além disso, a cultura de combustíveis líquidos flexíveis e a importância do agronegócio na produção de etanol e biodiesel exigem que a eletrificação seja implementada de forma gradual e adaptada às condições locais.
Nesse cenário, as soluções híbridas ganham relevância. Veículos que combinam motor a combustão — preferencialmente com etanol — e propulsão elétrica representam uma alternativa viável para a transição no Brasil. Essa tecnologia permite reduzir o consumo de combustíveis fósseis sem exigir grandes mudanças na infraestrutura de abastecimento, ao mesmo tempo em que contribui para a descarbonização do setor automotivo.
Quais desafios o Brasil enfrenta para acelerar a transição energética nos combustíveis?
De acordo com o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, um dos maiores desafios para a transição energética brasileira no setor de combustíveis é a necessidade de alinhar interesses econômicos, sociais e ambientais. A indústria do petróleo e seus derivados ainda é relevante para a economia nacional, gerando empregos, arrecadação e investimentos. Reduzir rapidamente essa participação sem planejamento pode comprometer a segurança energética e provocar impactos socioeconômicos.
Por fim, a educação e o engajamento da sociedade são aspectos decisivos. Para que a transição ocorra de forma efetiva, é necessário conscientizar consumidores, gestores públicos e empresários sobre os benefícios ambientais e econômicos dos combustíveis renováveis e elétricos. Incentivar o uso responsável da energia e divulgar as vantagens das novas alternativas pode acelerar a aceitação e o investimento em soluções mais limpas.
Autor: Joseph Lemes